Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Tuesday, October 31, 2006

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja: O diálogo, cap. 41.


"Creio na comunhão dos santos" (Credo)


Deus disse a Santa Catarina:
"A alma justa que termina a sua vida terrestre na caridade fica a partir daí encadeada no amor e já não pode crescer em virtude; o tempo acabou. Mas pode sempre amar com o amor que tinha quando veio a mim e que é a medida do seu amor (Lc 6,38). Deseja-me sempre, ama-me sempre e o seu desejo nunca é frustrado: tem fome e é saciada; uma vez saciada, tem mais fome; está livre do desprazer da saciedade tanto quanto do sofrimento da fome. É no amor que os bem-aventurados gozam da minha eterna visão e participam deste bem que tenho em mim mesmo e que comunico a cada um segundo a sua medida; essa medida é o grau de amor que eles tinham quando vieram a mim.Porque permaneceram na minha caridade e na do próximo e porque estão unidos pela caridade..., cada um alegra-se por participar do bem dos outros, para além do bem universal que já possui. Os santos partilham a alegria e o júbilo dos anjos, no meio dos quais foram colocados... Participam também, de uma forma muito particular, na felicidade daqueles que amavam na terra, mais intimamente, com uma afeição especial. Com esse amor, eles cresciam juntos em graça e virtude: uns eram para os outros ocasião de manifestarem a minha glória e de louvarem o meu nome... Esse amor, não o perderam na vida eterna, guardam-no para sempre. É ele que faz superabundar a sua felicidade, pela alegria que cada um recebe com a felicidade do outro..."
FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 31 out. 2006)

S. João Crisóstomo (cerca 345-407), bispo de Antioquia e depois de Constantinopla, doutor da Igreja: Homília 20 sobre os Actos dos Apóstolos


Ser fermento na massa



Há algo mais irrisório do que um cristão que não se preocupa com os outros? Não tomes como pretexto a tua pobreza: a viúva que pôs duas pequenas moedas na arca do tesouro (Mc 12,42) levantar-se-ia contra ti; Pedro também, ele que dizia ao coxo: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3,6), e Paulo, tão pobre que tinha muitas vezes fome. Não uses a tua condição social, pois os apóstolos também eram humildes e de baixa condição. Não invoques a tua ignorância, porque eles eram homens iletrados. Mesmo se tu eras escravo ou fugitivo, tu podias sempre fazer o que dependia de ti. Assim era Onésimo que Paulo elogiou. Serás tu de saúde frágil? Timóteo também o era. Sim, seja o que for que sejamos, não importa quem pode ser útil ao seu próximo, se ele quer verdadeiramente fazer o que ele pode.


Vês quantas árvores da floresta são vigorosas, belas, esbeltas? E contudo, nos jardins, preferimos árvores de fruto ou oliveiras cobertas de frutos. Belas árvores estéreis..., assim são os homens que apenas consideram o seu próprio interesse...


Se o fermento não levedasse a massa, não seria um verdadeiro fermento. Se um perfume não perfumasse os que estão perto, poderíamos chamá-lo de perfume? Não digas pois que é impossível teres uma boa influência sobre os outros, porque se és verdadeiramente cristão, é impossível que não se passe nada; isso faz parte da essência própria do cristão... Será tão contraditório dizer que um cristão não pode ser útil ao seu próximo como negar ao sol a possibilidade de iluminar e aquecer.


(FONTE: Disponível em: <EVANGELIZO>. Acesso em: 31 out. 2006.)

Monday, October 30, 2006

Comentário ao Evangelho do dia feito por : João Paulo II: Uma cura num sábado, sinal do dia da nova criação


Dies Domini



Uma cura num sábado, sinal do dia da nova criação



O dia da nova criação: a comparação entre o domingo cristão e o sábado próprio do Antigo Testamento suscitou aprofundamentos teológicos de grande interesse. Fizeram luz, nomeadamente, na relação particular que existe entre a ressurreição e a criação. Com efeito, a reflexão cristã associou espontaneamente a ressurreição que sobreveio “o primeiro dia depois de sábado” ao primeiro dia da semana cósmica no livro do Génesis (1,15)... Essa ligação convidava a compreender a ressurreição como o começo de uma nova criação, da qual o Cristo glorioso constitui as primícias, sendo ele próprio “Primogénito de toda a criatura” e também “Primogénito de entre os mortos” (Col 1, 15.18).


Com efeito o domingo é o dia em que, mais do que qualquer outro, o cristão é chamado a recordar-se da salvação que lhe foi oferecida no baptismo e que fez dele um homem novo em Cristo. “Sepultados com Ele no baptismo, foi também com Ele que ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que O ressuscitou” (Col 2, 12; Rom 6, 4-6). A liturgia sublinha esta dimensão baptismal do domingo convidando a celebrar também os baptismos, mais do que na Vigília pascal, nesse dia da semana “ em que a Igreja comemora a ressurreição do Senhor”, e também ao sugerir, como rito penitencial apropriado ao início da Missa, a aspersão com água benta, que relembra precisamente o acontecimento baptismal do qual nasce toda a existência cristã.


(FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2006.)