Dies Domini
Uma cura num sábado, sinal do dia da nova criação
O dia da nova criação: a comparação entre o domingo cristão e o sábado próprio do Antigo Testamento suscitou aprofundamentos teológicos de grande interesse. Fizeram luz, nomeadamente, na relação particular que existe entre a ressurreição e a criação. Com efeito, a reflexão cristã associou espontaneamente a ressurreição que sobreveio “o primeiro dia depois de sábado” ao primeiro dia da semana cósmica no livro do Génesis (1,15)... Essa ligação convidava a compreender a ressurreição como o começo de uma nova criação, da qual o Cristo glorioso constitui as primícias, sendo ele próprio “Primogénito de toda a criatura” e também “Primogénito de entre os mortos” (Col 1, 15.18).
Com efeito o domingo é o dia em que, mais do que qualquer outro, o cristão é chamado a recordar-se da salvação que lhe foi oferecida no baptismo e que fez dele um homem novo em Cristo. “Sepultados com Ele no baptismo, foi também com Ele que ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que O ressuscitou” (Col 2, 12; Rom 6, 4-6). A liturgia sublinha esta dimensão baptismal do domingo convidando a celebrar também os baptismos, mais do que na Vigília pascal, nesse dia da semana “ em que a Igreja comemora a ressurreição do Senhor”, e também ao sugerir, como rito penitencial apropriado ao início da Missa, a aspersão com água benta, que relembra precisamente o acontecimento baptismal do qual nasce toda a existência cristã.
(FONTE: Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2006.)