Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Wednesday, November 22, 2006

Respectivos aos dias 21 e 22 de Navembro

Bem-aventurada Isabel da Trindade (1880-1906), carmelitaÚltimo retiro, 42-44


“Hoje, é preciso que eu fique em tua casa”


“Só em Deus repousa a minha alma; d’Ele vem a minha salvação. Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a minha fortaleza; jamais vacilarei” (Sl 61, 2-3). Eis o mistério que canta hoje a minha lira! Como a Zaqueu, o meu Mestre disse-me: “Desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa”. Desce depressa, mas para onde? Ao mais profundo de mim própria: depois de me ter deixado a mim própria, separado de mim própria, despojado de mim própria, numa palavra, sem mim própria.

“É preciso que fique em tua casa”. É o meu Mestre que me exprime esse desejo! Meu Mestre quer habitar em mim, com o Pai e o seu Espírito de amor, porque, segundo a expressão do discípulo amado, eu tenho “sociedade” com eles, eu estou em comunhão com eles (1Jo 1,3). “Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus”, diz S. Paulo (Ef 2,19). Eis como eu entendo ser “ concidadãos dos santos e membros da família de Deus”: é vivendo no seio da tranquila Trindade, no meu abismo interior, nessa “fortaleza inexpugnável do santo recolhimento” de que fala S. João da Cruz...

Oh! Que bela que é esta criatura assim despojada, salva de si própria... Ela sobe, eleva-se acima dos sentidos, da natureza; ultrapassa-se a si própria; ultrapassa também toda a alegria, assim como toda a dor, e passa através das nuvens, para só descansar quando tiver penetrado “no interior” daquele que ela ama e que lhe dará, ele próprio, o repouso... O Mestre disse-lhe: “Desce depressa”. É ainda sem de lá sair que ela viverá, à imagem da Trindade imutável, num eterno presente..., tornando-se, por um olhar sempre mais simples, mais unitivo, “ o esplendor da sua glória” (Hb 1,3), dito de outro modo, “louvor e glória” da suas adoráveis perfeições.



S. Serafim de Sarov (1759-1833), monge russo Conversa com Motovilov


"Fazei render a mina durante a minha viagem"


É na aquisição do Espírito Santo que consiste o verdadeiro objectivo da nossa vida cristã; a oração, as vigílias, o jejum, a esmola e as outras acções virtuosas feitas em nome de Cristo não são mais do que meios para o adquirir... Sabeis o que é adquirir dinheiro? Com o Espírito Santo, é parecido.

Para a gente comum, o objectivo da vida consiste na aquisição de dinheiro, no ganho. Além disso, os nobres desejam adquirir honras, sinais de distinção e outras recompensas concedidas por serviços prestados ao Estado. A aquisição do Espírito Santo é também um capital, mas um capital eterno, fonte de graças, semelhante aos capitais temporais e que se obtém pelos mesmos processos. Nosso Senhor Jesus Cristo, o homem-Deus, compara a nossa vida a um mercado e a nossa actividade na terra a um comércio. Ele recomenda a todos: "Façam render até que eu volte" e S. Paulo escreve: "Tirai bom partido do tempo presente porque os nossos dias são incertos" (Ef 5,16). Por outras palavras: Despachai-vos para obterdes bens celestes negociando mercadorias terrestres. Essas mercadorias não são senão as acções virtuosas praticadas em nome de Cristo e que nos conferem a graça do Espírito Santo.

(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 22 nov. 2006).

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