Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Wednesday, March 21, 2007

Santo Aphraate (?-c. 345), monge e bispo em Ninive, perto de Mossul no actual Iraque:

As Exposições, n° 21

«Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis também em mim»

Moisés foi perseguido, tal como Jesus foi perseguido. Esconderam-no por altura do seu nascimento para que não fosse morto pelos perseguidores; a Jesus, obrigaram-no a fugir para o Egipto logo que nasceu, para que Herodes, o seu perseguidor, não o matasse. Na altura em que nasceu Moisés, afogavam as crianças no rio; quando nasceu Jesus, mataram os meninos de Belém e dos arredores. A Moisés, Deus disse: "Morreram aqueles que queriam a tua vida" (Ex 4,19); o anjo disse a José, no Egipto: "Levanta-te, toma o menino e volta para a terra de Israel, porque morreram os que queriam a sua vida" (Mt 2,20). Moisés fez o povo sair da servidão do Faraó; Jesus salvou todos os povos da servição de Satanás... Quando Moisés imolou o cordeiro, os primogénitos dos Egípcios foram mortos; Jesus tornou-se o verdadeiro cordeiro quando o crucificaram... Moisés fez descer o maná para alimentar o seu povo; Jesus deu o seu próprio corpo aos povos. Moisés amaciou as águas amargas com a madeira; Jesus amaciou a nossa amargura sendo crucificado no madeiro. Moisés fez descer a Lei para o povo; Jesus deu Testamentos aos pobvos. Moisés venceu os Amalecitas estendendo as suas mãos; Jesus venceu Satanás com o sinal da cruz.Moisés fez sair água do rochedo para o povo: Jesus enviou Simão Pedro levar o seu ensinamento aos povos. Moisés retirava o véu do rosto para falar com Deus; Jesus retirou o véu que cobria o rosto dos povos para que eles ouvissem e recebessem o seu ensinamento (2Co 3,16). Moisés impôs as mãos aos anciãos e eles receberam o sacerdócio; Jesus impôs a mão aos apóstolos e eles receberam o Espírito Santo. Moisés subiu à montanha e aí morreu; Jesus subiu aos céus e sentou-se à direita de Seu Pai.

(Fonte: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 21 mar. 2006.)

Tuesday, March 20, 2007

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja

Sermão 124



« Queres recuperar a saúde?»



Os milagres de Cristo são símbolos das diferentes circunstâncias da nossa salvação eterna...; aquela piscina é o símbolo do dom precioso que nos faz o Verbo do Senhor. Em poucas palavras, aquela água é o povo judeu; os cinco pórticos são a Lei escrita em cinco livros. Aquela água está, pois, rodeada por cinco pórticos tal como o povo estava rodeado pela Lei que o definia. A água que se agitava e se turvava é a Paixão do Salvador no meio desse povo. Quem descesse à água era curado, mas só um, para representar a unidade. Os que não podem suportar que se lhes fale da Paixão de Cristo são orgulhosos; não querem descer e não são curados. "O quê?", dizem esses homens altivos. "Acreditar que um Deus encarnou, que um Deus tenha nascido de uma mulher, que um Deus tenha sido crucificado, flagelado, que tenha sido coberto de chagas, que tenha morrido e sido sepultado? Não, jamais acreditaria nessa humilhações de Deus: são indignas dele!"Deixai falar aqui o vosso coração mais do que a vossa cabeça. As humilhações de Deus parecem indignas aos arrogantes e é por isso que eles estão tão afastados da cura. Guardai-vos, pois, desse orgulho; se desejais a vossa cura, aceitai descer. Haveria razão para vos alarmardes, se vos dissessem que Cristo tinha sofrido qualquer mudança ao encarnar. Mas não... O vosso Deus mantém-se como era, não receeis; Ele não morre e impede-vos de morrer. Sim, Ele permanece o que é; nasce de uma mulher, mas fá-lo segundo a carne... Foi como homem que Ele foi preso, amarrado, flagelado, coberto de ultrages e, por fim, crucificado e morto. Porquê vos aterrorizardes? O Verbo do Senhor permanece eternamente. Quem repudia as humilhações de um Deus não quer ser curado da ferida mortal do seu orgulho.



Pela sua encarnação, nosso Senhor Jesus Cristo restituiu, pois, a esperança à nossa carne. Tomou para si os frutos tão bem conhecidos desta terra: o nascimento e a morte. O nascimento e a morte são, com efeito, bens que a terra possuia em abundância; mas não se encontrava nela nem a ressurreição nem a vida eterna. Ele colheu aqui os frutos desgraçados desta terra ingrata e deu-nos em troca os bens dos Seu reino celestial.



(Fonte: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 20 mar. 2007.)