Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Wednesday, May 31, 2006

Homilia grega do séc. IV, erradamente atribuída a S. Gregório de Neocesareia, chamado o Taumaturgo: nº 2.


“E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?”
“Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” Assim opera a voz de Maria, enchendo Isabel do Espírito Santo. Qual fonte eterna, anuncia à prima, em sua língua profética, um rio de graças, fazendo saltar e estremecer a criança que ela traz no seio: imagem de uma dança maravilhosa! Quando Maria aparece, cumulada de graças, tudo transborda de alegria.
Então, Isabel soltou um grande brado e disse: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?” Tu és bendita entre as mulheres. Tu és o príncipe da sua regeneração. Tu abriste-nos o acesso ao paraíso e expulsaste as nossas dores antigas. Não, depois de ti, a multidão das mulheres não mais sofrerá. As herdeiras de Eva não mais temerão a sua maldição antiga, nem as dores da maternidade. Porque Jesus Cristo, o redentor da nossa humanidade, o Salvador de toda a natureza, o Adão espiritual que cura as feridas do homem terreno, Jesus Cristo sairá das tuas entranhas sagradas. “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”


(FONTE: Disponível em: <http://www.catolicanet.com.br/>. Acesso em: 31 maio 2006.).

Saturday, May 20, 2006

orígenes (cerca de 185-253), presbítero e teólogo: Exortação ao martírio, 41-42.


"Se o mundo vos odear, sabei que primeiro me odeou a mim"
Se, ao passarmos da descrença à fé, "passámos da morte à vida" (Jo 5,24), não nos espantemos se o mundo nos odeia. Porque todos os que não passaram da morte à vida, mas permanecem na morte, não podem amar os que passaram da morada tenebrosa da morte... para "os edifícios feitos de pedras vivas" (1Pe 2,5) em que reina a luz da vida...
Para nós, cristãos, chegou o tempo de nos gloriarmos porque está dito: "Gloriamo-nos nas nossas provações pois sabemos que a provação produz a perseverança, a perseverança produz o valor experimentado, o valor experimentado produz a esperança e a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo" (Rm 5,3-5)..."Tal como tomámos grandemente parte nos sofrimentos de Cristo, também por Cristo somos grandemente consolados" (2Co 1,5). Acolhamos, pois, com grande fervor os sofrimentos de Cristo; que eles nos sejam grandemente concedidos, se queremos ser grandemente consolados, uma vez que todos "os que choram serão consolados" (Mt 5,5)... Os que participarem nos sofrimentos participarão também na consolação, em proporção aos sofrimentos que os fazem participar em Cristo. Aprendei do apóstolo que disse com confiança: "Nós o sabemos: uma vez que conheceis como nós o sofrimento, obtereis como nós a consolação" (2Co 1,7).


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 20 maioo 2006.).

Friday, May 19, 2006

São Clemente de Roma, papa, 90 a 100 aproximadamente: Primeira epístola aos Coríntios, 49.


«É este o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como Eu vos
amei»
Quem possui o amor de Cristo cumpre os mandamentos de Cristo. Quem pode descrever o «vínculo da caridade divina» (Col 3,14) ou narrá-lo? Quem pode exprimir a magnificência da sua beleza ?
A altura a que nos leva a caridade é inexprimível. A caridade une-nos a Deus; a caridade «cobre a multidão dos pecados» (1Pe 4,8); a caridade tudo aceita, tudo suporta com paciência (1Co 13,7). Nada há de indigno na caridade, nada de soberbo nela. A caridade não admite divisões, não promove discórdias, tudo realiza em perfeita harmonia. Na caridade encontram a perfeição todos os eleitos de Deus e, sem ela, nada é agradável a Deus. Pela caridade o Mestre atraiu-nos a Si. Pela sua caridade para connosco, Jesus Cristo nosso Senhor, segundo a vontade divina, derramou o Seu Sangue por nós, imolou a Sua Carne para redimir a nossa carne, deu a Sua Vida para salvar a nossa vida.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 19 maio 2006.).

Wednesday, May 17, 2006

Bem-aventurado Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saara: Meditações sobre os Salmos, Sl 1


Dar o fruto na estação própria
“Feliz do homem que... medita na Lei dia e noite. Será como uma árvore plantada à beira das torrentes, que dá o seu fruto na época própria” (Sl 1, 1-3). Meu Deus, vós me dizeis que eu serei feliz, feliz de uma verdadeira felicidade, feliz no último dia..., que por mais miserável que eu seja, sou uma palmeira plantada à beira das águas vivas da vontade divina, do amor divino, da graça..., e que darei o meu fruto na época própria. Dignai-vos consolar-me; sinto-me sem fruto, sinto-me sem boas obras, digo a mim mesmo: converti-me depois de onze anos, que fiz? Quais foram as obras dos santos e quais as minhas? Vejo-me de mãos vazias de bem.
Dignai-vos consolar-me: “Darás fruto na época própria” me dizeis vós... Qual é essa época? É a hora do julgamento: prometei-me que se eu persistir na boa vontade e no combate, por mais pobre que me veja, terei frutos nessa altura.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 17 maio 2006.).

Tuesday, May 16, 2006

Santo [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho: "Um pensamento".


"Dou-vos a minha paz"
O Espírito de Deus é espírito de paz; mesmo na altura das nossas faltas mais graves, ele faz-nos sentir uma dor tranquila, humilde e confiante, devido precisamente à sua misericórdia. Pelo contrário, o espírito do mal excita, exaspera e faz-nos experimentar, na altura das nossas faltas, uma espécie de cólera contra nós mesmos; contudo, é para connosco mesmos que devíamos exercer a primeira das caridades. Portanto, quando és atormentado por certos pensamentos, essa agitação não provém nunca de Deus mas do demónio; sendo Deus um espírito de paz, o que ele te dá é a serenidade.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 16 maio 2006.).

Saturday, May 13, 2006

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo e mártir: Contra as heresias, IV, 5


“Quem me vê, vê o Pai”
O esplendor de Deus dá a vida: os que vêem a Deus terão, pois, parte na vida. É por isso que aquele que é inalcançável, incompreensível e invisível se oferece para ser visto, compreendido e tomado pelos homens; fá-lo para dar a vida àqueles que o tomam e o vêem. Porque, se a sua grandeza é insondável, também a sua beleza é inexprimível e é graças a ela que Ele se mostra e que dá a vida àqueles que o vêem.
É impossível viver sem a Vida; não há vida fora da participação em Deus; e esta participação em Deus consiste em ver a Deus e em usufruir da sua bondade. Assim, pois, os homens verão a Deus a fim de viverem […], de acordo com aquilo que Moisés afirma no Deuteronómio: “Nesse dia, veremos, porque Deus falará ao homem e ele viverá” (Dt 5,24). Deus é invisível e inexprimível […], mas todos os seres aprendem, pelo seu Verbo, que há um só Deus Pai, que contém todas as coisas e dá a existência a todas as coisas, de acordo com aquilo que o Senhor também diz: “Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer” (Jn 1,18).


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 13 maio 2006.).

Friday, May 12, 2006

Santo Agostinho (354-430), bispo de de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja: Sermão 142.


"Ninguém vai ao Pai sem passar por mim"
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Cristo parece dizer-nos: "Por onde queres passar? Eu sou o caminho. Onde queres chegar? Eu sou a verdade. Onde queres ficar? Eu sou a vida." Caminhemos pois em plena segurança por este acminho; e, fora do caminho, cuidado com as armadilhas, porque, dentro do caminho, o inimigo não ousa atacar - o caminho é Cristo - mas fora do caminho ele monta os seus ardis...
O nosso caminho é Cristo na sua humildade; o Cristo verdade e vida é Cristo na sua grandeza, na sua divindade. Se seguires o caminho da humildade, chegarás ao Altíssimo; se, na tua fraqueza, não desprezares a humildade, permanecerás cheio de força no Altíssimo. Porque é que Cristo tomou o caminho da humildade? Foi por causa da tua fraqueza que estava ali como obstáculo intransponível; foi para te libertar dela que tão grande médico veio a ti. Não podias ir até ele; ele veio até ti. Veio ensinar-te a humildade, esse caminho de regresso, porque era o orgulho que nos impedia de retornar à vida que ele mesmo nos tinha feito perder...
Então, Jesus, tornando-se nosso caminho, grita-nos: "Entrai pela porta estreita!" (Mt 7,13). O homem esforça-se por entrar mas o inchaço do orgulho impede-nos de tal. Aceitemos o remédio da humildade, bebamos esse medicamento amargo mas salutar... O homem inchado de orgulho pergunta: "Como poderei entrar?" Cristo responde: "Eu sou o caminho, entra por mim. Eu sou a porta (Jo 10,7), porquê procurar noutro sítio?" Para que não te percas, ele fez-se tudo por ti e diz-te: "Sê humilde, sê manso" (Mt 11,29).


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 12 maio 2006.).

Thursday, May 11, 2006

Concílio Vaticano II: Constituição dogmática sobre a Igreja (Lumen gentium), §8.


"O mensageiro não é mais do que aquele que o
envia"
Mas, assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens os frutos da salvação. Cristo Jesus «que era de condição divina... despojou-se de si próprio tomando a condição de escravo (Fil. 2, 6-7) e por nós, «sendo rico, fez-se pobre» (2 Cor. 8,9): assim também a Igreja, embora necessite dos meios humanos para o prosseguimento da sua missão, não foi constituída para alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a humildade e abnegação, também com o seu exemplo. Cristo foi enviado pelo Pai « a evangelizar os pobres... a sarar os contritos de coração» (Luc. 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Luc. 19,10). De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles a Cristo. Enquanto Cristo «santo, inocente, imaculado» (Hebr. 7,26), não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor. 5,21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr. 2,17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultâneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.
A Igreja «prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus», anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cfr. Cor. 11,26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 11 maio 2006.).

Wednesday, May 10, 2006

Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja: Meditações.


"Eu vim ao mundo para que aquele que acreditar em mim não permaneça nas
trevas"
Ó bom Mestre, Jesus Cristo, eu estava sem nenhum socorro, não pedia nada, não pensava mesmo nisso e a tua luz iluminou-me na minha noite... Tiraste de mim o fardo que me esmagava, afastaste os que me atacavam, chamaste-me por um nome novo (Ap 2,17), parecido ao teu, o nome de cristão. Estava desfeito e tu me ergueste. Disseste-me: "Confiança, eu te resgatei, eu que dei a vida por ti. Se quiseres prender-te a mim, escaparás ao mal e ao abismo para onde corres, conduzir-te-ei ao meu Reino..."
Sim, Senhor, fizeste tudo por mim! Eu estava nas trevas e não o sabia..., descia para o abismo da injustiça, tinha escorregado na miséria do tempo para cair mais baixo ainda. E, na hora em que me encontrava sem socorro, tu me iluminaste. Sem que mesmo eu te pedisse, deste-me a tua luz. Na tua luz, vi o que eram os outros e o que eu sou...; deste-me confiança na minha salvação, tu que deste a vida por mim... Reconheço-o, oh Cristo, devo-me inteiramente ao teu amor!


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 10 maio 2006.).

Tuesday, May 09, 2006

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora da Irmãs Missionárias da Caridade: Não há maior amor.


"As minhas ovelhas escutam a minha voz"
Acharás certamente que é difícil rezar se não souberes como o fazer. Cada um de nós deve ajudar-se a rezar: em primeiro lugar, recorrendo ao silêncio, porque não podemos pôr-nos em presença de Deus se não praticarmos o silêncio, tanto interior como exterior. Fazer silêncio dentro de nós mesmos não é fácil, mas é um esforço indispensável. Só no silêncio encontraremos um novo poder e uma verdaderia unidade. O poder de Deus tornar-se-á nosso, a fim de realizarmos todas as coisas como devem ser realizadas; o mesmo no que respeita à unidade dos nossos pensamentos com os seus pensamentos, das nossas orações com as suas orações, das nossas acções com as suas acções, da nossa vida com a sua vida.


A unidade é o fruto da oração, da humildade, do amor.

É no silêncio do coração que Deus fala; se te colocares diante de Deus no silêncio e na oração, Deus falar-te-á. E saberás então que não és nada. Só quando connheceres o teu nada, o teu vazio, é que Deus pode encher-te dEle mesmo. As almas dos grandes orantes são almas de grande silêncio. O silêncio faz-nos ver cada coisa com outros olhos. Precisamos do silêncio para tocar as almas dos outros. O essencial não é o que dizemos, mas o que Deus diz - o que Ele nos diz, o que diz através de nós. Nesse silêncio, Ele nos escutará, falará à nossa alma e escutaremos a sua voz.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 09 maio 2006.).

Sunday, May 07, 2006

João Paulo II: Homilia para o 25º aniversário do seu pontificado.


O Bom Pastor
O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas" (Jo 10,11). Quando Jesus pronunciava estas palavras, os apóstolos não sabiam que falava de si mesmo. Mesmo João, o apóstolo bem-amado, não o sabia. Compreendeu-o no Calvário, junto à cruz, ao vê-lo oferecer silenciosamente a vida pelas suas ovelhas. Quando chegou, para ele e para os outros apóstolos, o momento de assumirem esta mesma missão, então lembraram-se daquelas palavras. Deram-se conta de que estariam em condições de levar a missão até ao seu cumprimento apenas porque Jesus tinha assegurado de que seria ele mesmo a agir neles. Pedro, de modo particular, foi disso bem consciente, ele, "a testemunha da Paixão de Cristo" (1Pe 5,1), que exortava os anciãos da Igreja nestes termos: "Sede os pastores do rebanho de Deus que vos foi confiado" (1Pe 5,2).
No decorrer dos séculos, os sucessores dos apóstolos, conduzidos pelo Espírito Santo, continuaram a reunir o rebanho de Cristo e a conduzi-lo para o Reino dos Céus, conscientes de que só podiam assumir tal responsabilidade "por Cristo, com Cristo e em Cristo".
Foi esta mesma consciência que eu tive quando o Senhor me chamou a exercer a missão de Pedro nesta bem-amada cidade de Roma e ao serviço do mundo inteiro. Desde o início do meu pontificado, os meus pensamentos, as minhas orações e as minhas acções foram animadas por um único desejo: testemunhar que Cristo, o Bom Pastor, está presente e a agir na Igreja. Ele anda continuamente à procura da ovelha perdida, recondu-la ao redil, trata as suas feridas; vela pela ovelha fraca e doente e protege a que é robusta (Ez 34,16). É por isso que, desde o primeiro dia, nunca deixei de exortar: "Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder!" Digo-o de novo hoje, com força: "Abri, abri de par em par as portas a Cristo! Deixai-vos conduzir por ele. Tende confiança no seu amor!"


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 07 maio 2006.).

Friday, May 05, 2006

Santa Teresa-Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa: A Oração da Igreja.


“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”
O caminho que conduz à vida interior e aos coros dos espíritos bem aventurados cantando o eterno Sanctus, é Cristo. O seu sangue é o véu do Templo através do qual nós penetramos no Santo dos Santos da vida divina (Hb 9,11s; 10,20). Ele purifica-nos do pecado no baptismo e no sacramento da penitência, abre-nos os olhos à luz eterna, abre os nossos ouvidos para percebermos a Palavra divina, abre os nossos lábios para entoarmos o cântico de louvor, para rezar a oração de reconciliação, de súplica, de acção de graças, e todas essas orações não são senão formas diferentes da única adoração...
Mas é acima de tudo o sacramento onde Cristo está presente em pessoa, que faz de nós membros do seu corpo. Participando do sacrifício e da sagrada refeição, alimentando-nos do corpo e do sangue de Jesus, tornamo-nos, nós próprios, o seu corpo e o seu sangue. E só quando somos membros do seu corpo, na medida em que o somos verdadeiramente, é que o seu Espírito pode vivificar-nos e reinar em nós... Tornamo-nos membros do corpo de Cristo “não somente pelo amor..., mas também muito realmente sendo um com o seu corpo: isso realiza-se pelo alimento que ele nos oferece para nos provar o desejo que tem de nós. È por isso que ele mesmo se humilhou até vir a nós e talhou em nós o seu próprio corpo, a fim de que sejamos um, como o corpo está unido à cabeça” (S. João Crisóstomo). Como membros do seu corpo, animados pelo seu Espírito, oferecemo-nos a nós próprios em sacrifício “por ele, com ele e nele”, e unimos as nossas vozes à eterna acção de graças.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 05 maio 2006.).

Wednesday, May 03, 2006

Paulo VI, Papa de 1963-1978: Mensagem para o Dia das Vocações 1971.


«Dar-vos-ei pastores» (Jr 3,15)
Os apóstolos, fiéis à memória de Jesus, reuniam-se com os novos crentes porque tinham encontrado nEle, não só o Pastor da sua alma, mas, mais ainda, o Chefe dos pastores. Logo que chegou a hora de regressar ao Pai, deixando este mundo, Jesus quis escolher e chamar outros «pastores segundo o seu coração» (Jr 3,15). Fê-lo por livre escolha, para que continuem a Sua missão no mundo inteiro, até ao fim dos tempos. Serão Seus enviados, Seus mensageiros, Seus apóstolos. Serão pastores só em Seu nome, para bem do rebanho e na força do Seu Espírito, ao qual deverão permanecer fiéis.
O primeiro de todos, Pedro, depois da tripla profissão de amor para com Jesus, foi nomeado pastor das Suas ovelhas e dos Seus cordeiros (Jo 21,15). Depois, todos os apóstolos. E depois deles, outros ainda, e todos no mesmo Espírito. E todos, em todos os tempos, deverão guiar o rebanho do Senhor que lhes foi confiado, não como dominadores, mas como modelos do rebanho (1Pe 5,3), com total desinteresse e todo o empenho do seu coração. Só assim, poderão receber um dia a recompensa merecida, quando reaparecer o Chefe dos pastores.


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 03 maio 2006.).

Tuesday, May 02, 2006

São Justino (100 -160), filósofo, mártir: Primeira Apologia, 67.66.


"O verdadeiro pão descido do céu": no século II, uma das primeiras
descrições da eucaristia para além do Novo Testamento
No dia a que chamamos dia do sol [domingo], nas cidades e nas aldeias todos os habitantes se reúnem num dado lugar. Lêem-se as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas segundo o tempo de que se dispõe. Quando a leitura termina, aquele que preside toma a palavra para chamar a atenção sobre os ensinamentos recebidos e para exortar ao seu seguimento. Depois levantamo-nos, e em conjunto apresentamos as intenções de oração. Seguidamente traz-se o pão, o vinho e a água. O presidente dirige ardentemente ao céu súplicas e acções de graças, e o povo responde com a aclamação "Amen!", uma palavra hebraica que quer dizer: "Assim seja".
Chamamos este alimento eucaristia, e ninguém o pode tomar se não acredita na verdade da nossa doutrina e se não recebeu o banho do baptismo para a remissão dos pecados e regeneração. Porque nós não tomamos este alimento como se toma um pão ou uma bebida vulgar. Do mesmo modo que, pela Palavra de Deus, Jesus Cristo nosso Salvador incarnou, tomando carne e sangue para nossa salvação, também o alimento consagrado pelas próprias palavras rezadas e, destinado a alimentar a nossa carne e o nosso sangue para nos transformar, este alimento é a carne e o sangue de Jesus incarnado: esta é a nossa doutrina. Ao apóstolos, nas memórias que nos deixaram, a que chamamos os evangelhos, transmitiram-nos a recomendação que Jesus lhes fez : Tomou o pão, abençoou e disso : "Fazei isto em minha memória; isto é o meu corpo". De igual modo tomou o cálice, abençoou-o e disse: "Isto é o meu sangue". E só lhos deu a eles (Mt 26,26s; 1Co 11,23s)... É no dia do sol que nos reunimos todos, porque este é o primeiro dia, aquele em que Deus para fazer o mundo separou a matéria das trevas, e ainda o dia em que Jesus Cristo nosso Salvador ressuscitou dos mortos.

(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 02 maio 2006.).