Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Saturday, April 01, 2006

João Paulo II: “Deus, rico em misericórdia” nº 8.


“A multidão dividia-se a seu respeito”
No mistério pascal são ultrapassados os limites do mal multiforme no qual participa o homem durante a sua existência terrestre. A cruz de Cristo, com efeito, faz-nos compreender que as raízes mais profundas do mal mergulham no pecado e na morte. Assim ela torna-se um sinal escatológico: só no fim dos tempos e aquando da renovação definitiva do mundo para todos os eleitos o amor vencerá o mal nas suas fontes mais profundas.
No cumprimento escatológico, a misericórdia revelar-se-á como amor, enquanto que no tempo, na história humana que é também uma história de pecado e de morte, o amor deverá revelar-se sobretudo como misericórdia, e realizar-se sob esta forma. O programa messiânico de Cristo, programa de misericórdia, torna-se o do seu povo, da Igreja. Bem no centro deste programa perfila-se sempre a cruz, pois que nela a revelação do amor misericordioso atinge o seu auge.
O Cristo, o Cruxificado, é a Palavra que não acaba nunca. Ele é aquele que se mantém à porta e bate ao coração de cada homem, sem contrariar a sua liberdade, mas procurando fazer surgir um amor que seja não apenas acto de união ao Filho do homem sofredor, mas também uma forma de misericórdia manifestada por cada um de nós sob o olhar do Filho do Pai eterno. Poderia a dignidade humana, neste programa messiânico de Cristo e na revelação da misericórdia pela cruz, ser maior e mais respeitada, pois que este homem, se é objecto da misericórdia, é também, ao mesmo tempo, num certo sentido, aquele que exerce a misericórdia?


(FONTE: Disponível em: <http://evangelhoquotidiano.org/>. Acesso em: 1º abr. 2006.).

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